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Todas as vezes em que chego no meu emprego eu penso - o que é que eu estou fazendo aqui? - não é questão de trabalhar em ambiente insalubre, longe disso, também não diz respeito ao colegas, ou os que estão em minha volta, a questão é simplesmente que estou fazendo o que todos fazem, diante disso tudo que nos foi imposto e nos foi colocado goela abaixo, obrigando uns cem números de pessoas a ficarem como todo mundo, correndo atrás do próprio rabo como um cão danado, buscando ganhar mais para consumir mais, produzir para precisar sempre e cada vez mais ficamos com o pesadelo diário de que nada é necessariamente suficiente para nos. Agora buscamos relacionamento onde o outro precisa ter, antes de tudo, antes do tesão, antes do amor, antes da afinidade, uma boa conta bancária, ou pelo menos com uma boa perspectiva dela, isso é que fala mais alto, agora queremos os empregos que pagam mais, não tem mais nada haver com talento ou vocação, que isso vá as favas. Educamos nossos filhos para serem pequenos grandes consumidores do que é pregado como bom, com a tal qualidade de vida. Então eu fico aqui pensando, todas as vezes em que chego em minha sala e ligo meu computador penso - o que eu estou fazendo aqui? - contribuindo ativamente para tudo isso que está em volta... Tenho as vezes a impressão de que não vou conseguir seguir essa trilha até o final dos meus dias...
AUTOR: JB

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O coração, se pudesse pensar, pararia... Considero a vida uma estalagem onde tenho que me demorar até que chegue a diligência do abismo. Não sei onde me levará, porque não sei nada. Poderia considerar esta estalagem uma prisão, porque estou compelido a aguardar nela; poderia considerá-la um lugar de sociáveis, porque aqui me encontro com outros. Não sou, porém, nem impaciente nem comum. Deixo ao que são os que se fecham no quarto, deitados moles na cama onde esperam sem sono; deixo ao que fazem os que conversam nas salas, de onde as músicas e as vozes chegam cómodas até mim. Sento-me à porta e embebo meus olhos e ouvidos nas cores e nos sons da paisagem, e canto lento, para mim só, vagos cantos que componho enquanto espero. Para todos nós descerá a noite e chegará a diligência. Gozo a brisa que me dão e a alma que me deram para gozá-la, e não interrogo mais nem procuro. Se o que deixar escrito no livro dos viajantes puder, relido um dia por outros, entretê-los também na passagem, será ...

Diário de bordo I

Existe uma coisa curiosa neste mundo moderno. Estamos em meio a tanta informação que essa quantidade exagerada e sem um controle para adquiri-los, faz com que se crie um ser humano codificado com um tipo de conhecimento digno de ser estúpido. A grande massa de informações, que vem como tiro por todos os lados dos seus sentidos, acentuando a isso uma grande quantidade de resposta que ele é obrigado a dá, mais um tanto outro de perguntas para suas ações diárias que, não se admira que esse homem não passa de um compilador sem inteligência. Não há tempo hábil para que esse homem reflita sobre o que ele consome, esse alimento lhe chega a boca e nem chega a ser degustado. Logo ele apenas vomita o que acabou de engolir. Não há neste mundo homens de verdade? Seres pensantes? Será que todos eles se esconderam em mascaras e atrás da gaia ciência aplicada? Onde podemos encontrar os filósofos de outrora? Viveremos décadas diante deste silencia intelectual? Acredito que eles estarão embebedando-se ...
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