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Eu tenho medo e medo está por fora, o medo anda por dentro do meu coração. Eu tenho medo de que chegue a hora em que eu precise entrar no avião. Eu tenho medo de abrir a porta que dá pro sertão da minha solidão, apertar o botão: cidade morta, placa torta indicando a contramão. Faca de ponta e meu punhal que corta e o fantasma escondido no porão. Medo, medo. Medo, medo, medo, medo. Eu tenho medo de Belo Horizonte eu tenho medo de Minas Gerais. Eu tenho medo que Natal Vitória eu tenho medo Goiânia Goiás. Eu tenho medo Belém do Pará eu tenho medo Pai, Filho, Espírito Santo São Paulo. Eu tenho medo eu tenho C eu digo A eu tenho medo um Rio, um Porto Alegre, um Recife. Eu tenho medo Paraíba, medo Paranapá eu tenho medo estrela do norte, paixão, morte é certeza. Medo Fortaleza, medo Ceará. Medo, medo. Medo, medo, medo, medo. Eu tenho medo e já aconteceu eu tenho medo e inda está por vir. Morre o meu medo e isto não é segredo eu mando buscar outro lá no Piauí
Medo, o meu boi morreu, o que será de mim? Manda buscar outro, maninha, lá no Piauí
Musica Belchior - pequeno mapa do tempo

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O coração, se pudesse pensar, pararia... Considero a vida uma estalagem onde tenho que me demorar até que chegue a diligência do abismo. Não sei onde me levará, porque não sei nada. Poderia considerar esta estalagem uma prisão, porque estou compelido a aguardar nela; poderia considerá-la um lugar de sociáveis, porque aqui me encontro com outros. Não sou, porém, nem impaciente nem comum. Deixo ao que são os que se fecham no quarto, deitados moles na cama onde esperam sem sono; deixo ao que fazem os que conversam nas salas, de onde as músicas e as vozes chegam cómodas até mim. Sento-me à porta e embebo meus olhos e ouvidos nas cores e nos sons da paisagem, e canto lento, para mim só, vagos cantos que componho enquanto espero. Para todos nós descerá a noite e chegará a diligência. Gozo a brisa que me dão e a alma que me deram para gozá-la, e não interrogo mais nem procuro. Se o que deixar escrito no livro dos viajantes puder, relido um dia por outros, entretê-los também na passagem, será ...
Discussões inúteis, intermináveis, agressivas. Gente defendendo as maiores asneiras, e se orgulhando disso. Pessoas perseguindo e ameaçando as outras. Um tsunami infinito de informações falsas. Reuniões, projetos, esforços que dão em nada. Decisões erradas. Líderes políticos imbecis. De uns tempos para cá, parece que o mundo está mergulhado na burrice. Você já teve essa sensação? Talvez não seja só uma sensação. Estudos realizados com dezenas de milhares de pessoas, em vários países, revelam algo inédito e assustador: aparentemente, a inteligência humana começou a cair. Leia mais em: https://super.abril.com.br/especiais/a-era-da-burrice/ 

Eu preciso falar!

Século XXI, onde tudo é comum. Policial que confundiu nego com traficante e matou.  Foda-se. Era só mais um. Esse é o Brasil e esse aqui, é meu povo. Eu aposto 100 mil contigo que amanhã ele confunde de novo. Amanhã, depois e novamente. De 10 traficante que morre, 9 é inocente, mas  como ser traficante e inocente ao mesmo tempo na vida? É só dizer que é traficante e pronto! Todo mundo acredita, até eu acredito no que foi dito pelo supremo veredito. E ai de mim de não acreditar, talvez não passe nem mais  um dia vivo. Mas eu sou traficante também, heim!? Representante de Coelho Neto.  A minha índole é a leitura e meu fuzil é o papo reto. Século XXI, onde tudo é comum. Onde o rico só escutam aplausos e eu escuto PA TUM! Onde o rico dorme feliz ao mar em suas ondas sucintas. Enquanto meu despertador é uma glock com o pente de 30. Mirada no alto, tem sangue no asfalto e uma bela senhora de saldo. Novamente a PM confundiu um simples abraço com um grande assalto. Eu tenho ...