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Eu tenho medo e medo está por fora, o medo anda por dentro do meu coração. Eu tenho medo de que chegue a hora em que eu precise entrar no avião. Eu tenho medo de abrir a porta que dá pro sertão da minha solidão, apertar o botão: cidade morta, placa torta indicando a contramão. Faca de ponta e meu punhal que corta e o fantasma escondido no porão. Medo, medo. Medo, medo, medo, medo. Eu tenho medo de Belo Horizonte eu tenho medo de Minas Gerais. Eu tenho medo que Natal Vitória eu tenho medo Goiânia Goiás. Eu tenho medo Belém do Pará eu tenho medo Pai, Filho, Espírito Santo São Paulo. Eu tenho medo eu tenho C eu digo A eu tenho medo um Rio, um Porto Alegre, um Recife. Eu tenho medo Paraíba, medo Paranapá eu tenho medo estrela do norte, paixão, morte é certeza. Medo Fortaleza, medo Ceará. Medo, medo. Medo, medo, medo, medo. Eu tenho medo e já aconteceu eu tenho medo e inda está por vir. Morre o meu medo e isto não é segredo eu mando buscar outro lá no Piauí
Medo, o meu boi morreu, o que será de mim? Manda buscar outro, maninha, lá no Piauí
Musica Belchior - pequeno mapa do tempo

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Diário de bordo I

Existe uma coisa curiosa neste mundo moderno. Estamos em meio a tanta informação que essa quantidade exagerada e sem um controle para adquiri-los, faz com que se crie um ser humano codificado com um tipo de conhecimento digno de ser estúpido. A grande massa de informações, que vem como tiro por todos os lados dos seus sentidos, acentuando a isso uma grande quantidade de resposta que ele é obrigado a dá, mais um tanto outro de perguntas para suas ações diárias que, não se admira que esse homem não passa de um compilador sem inteligência. Não há tempo hábil para que esse homem reflita sobre o que ele consome, esse alimento lhe chega a boca e nem chega a ser degustado. Logo ele apenas vomita o que acabou de engolir. Não há neste mundo homens de verdade? Seres pensantes? Será que todos eles se esconderam em mascaras e atrás da gaia ciência aplicada? Onde podemos encontrar os filósofos de outrora? Viveremos décadas diante deste silencia intelectual? Acredito que eles estarão embebedando-se ...
Terminar sozinho no túmulo de um quarto sem cigarros nem bebida- careca como uma lâmpada, barrigudo, grisalho, e feliz por ter um quarto. ...de manhã eles estão lá fora ganhando dinheiro: juízes, carpinteiros, encanadores , médicos, jornaleiros, guardas, barbeiros, lavadores de carro, dentistas, floristas, garçonetes, cozinheiros, motoristas de táxi... e você se vira para o lado pra pegar o sol nas costas e não direto nos olhos. AUTOR: Charles Bukowski

Reflexões sobre o homem

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