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Eu vi a vida passar, ela parecia querer me falar de outras coisas, e eu não entendi... No quê eu me transformei? Sem sonhos; desejos; sentindo na pele o mal- estar da civilização na modernidade Freudiana, com um agravante, coloquei uma máscara que não consigo tirar, tal qual dizia Fernando Pessoa, "Envelheci e quando quiz tirar a máscara já estava pregada no rosto". Me transformei no homem moderno codificado, sem saber viver as margens desta cultura nem se entregando aos apelos da modernidade, e no entanto, ela também não faz seu papel em me absorver. Serei um eterno incauto por não buscar de carona os sonhos e desejos de outros, e vivendo-os como se fossem meus? Será que eu realmente preciso deles? Amputo-me de qualquer tipo de idolatria e isso me faz mal. Vou sobrevivendo com minhas dores e mágoas de coisas que, por não saber andar às margens da sociedade, me deixei levar por ondas fortes demais para eu nadar. Fui do zero ao cem quando deveria está no meio. "A virtude está no meio", o velho Aristoteles me diz. Hoje "não sou nada!" sem fé ou modelos para seguir. Vida vazia e sem sentido, e não importa o que eu faça, essa insatisfação para com a vida não me abandona. É como se eu estivesse perdido, rodando e círculos. Fiquei tonto, não sei qual o caminho a seguir, como Alice no país das maravilhas, quando não se sabe para onde ir, não importa qual o caminho a escolher. Se ao menos aos amores eu me permitisse e a eles me entregasse, mas eu não me lembro se em algum momento da minha vida eu eu me deixei levar...
Será que ninguém sente esse vazio? Essa coisa incompleta? Essa angústia com a vida? Será que eu só acho conforto nos escritos de Schoppenhauer, Nietzsche, Fernando Pessoa, Augusto dos Anjos, Baudelaire, Rimbaud, Mallarmé e o velho Buk? Será que eu apenas não estou buscando a forma Nietiana para fugir das três coisas "que brilham e falam alto: a glória, os príncipes e as mulheres"? Ou será que eles queriam falar era de outras coisas? E eu não entendi...
AUTOR: JB

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Fachada de civilidade

"Uma fachada de civilidade esconde nossos verdadeiros interesses, é a natureza do nosso mundo, uma civilização é uma ilusão ou um jogo de faz de conta. O que é real? E o fato de nós sermos animais conduzidos por instintos básicos. Mas ao deduzir quando alguém esta falando sobre a verdade, na realidade esta falando sobre si mesmo e não sobre o mundo. Mas talvez ter uma visão diferente seja algum tipo de patologia. Mas será que isso tem cura? Pode se tomar uma pílula para me fazer ver o mundo do jeito que a burguesia vê o mundo? Uma pílula pode me ajudar a entender o Iraque, Darfur ou Nova Orleans? Talvez uma civilização desabe quando mais precisamos dela. Dependendo da situação todos somos capazes de cometer os piores crimes. Imaginar um mundo onde isso não existe onde toda crise não resulte em uma nova atrocidade, onde os jornais não estejam cheios de guerra e violência. É imaginar um mundo onde o ser humano deixa de ser humano." Dialogo do filme Invasores.
Discussões inúteis, intermináveis, agressivas. Gente defendendo as maiores asneiras, e se orgulhando disso. Pessoas perseguindo e ameaçando as outras. Um tsunami infinito de informações falsas. Reuniões, projetos, esforços que dão em nada. Decisões erradas. Líderes políticos imbecis. De uns tempos para cá, parece que o mundo está mergulhado na burrice. Você já teve essa sensação? Talvez não seja só uma sensação. Estudos realizados com dezenas de milhares de pessoas, em vários países, revelam algo inédito e assustador: aparentemente, a inteligência humana começou a cair. Leia mais em: https://super.abril.com.br/especiais/a-era-da-burrice/ 
Eu tenho medo e medo está por fora, o medo anda por dentro do meu coração. Eu tenho medo de que chegue a hora em que eu precise entrar no avião. Eu tenho medo de abrir a porta que dá pro sertão da minha solidão, apertar o botão: cidade morta, placa torta indicando a contramão. Faca de ponta e meu punhal que corta e o fantasma escondido no porão. Medo, medo. Medo, medo, medo, medo. Eu tenho medo de Belo Horizonte eu tenho medo de Minas Gerais. Eu tenho medo que Natal Vitória eu tenho medo Goiânia Goiás. Eu tenho medo Belém do Pará eu tenho medo Pai, Filho, Espírito Santo São Paulo. Eu tenho medo eu tenho C eu digo A eu tenho medo um Rio, um Porto Alegre, um Recife. Eu tenho medo Paraíba, medo Paranapá eu tenho medo estrela do norte, paixão, morte é certeza. Medo Fortaleza, medo Ceará. Medo, medo. Medo, medo, medo, medo. Eu tenho medo e já aconteceu eu tenho medo e inda está por vir. Morre o meu medo e isto não é segredo eu mando buscar outro lá no Piauí Medo, o meu boi morreu, o que ser